quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Exposição da artista no FIAC - MAMA

Exposição FIAC  
Festival Internacional de Arte Contemporânea no MAMA - 
Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Argel

MAMA - Argel 

CLÁUDIA MATOS - Brasil & Portugal

Exposição da artista Cláudia Matos (2015-2016), FIAC no MAMA de Argel: pintura, instalação e vídeo.

É uma artista brasileira que agora vive em Portugal. O seu trabalho é resultado de pesquisas e reflexões sobre o tema "Arte e Território." Cláudia desenvolve intervenções no território, mas em suas investigações, percebe a existência de uma estética que ela denomina como a "estética do acaso."

O trabalho de Cláudia Matos produzido durante a residência artística em Argel (FIAC-2015) no MAMA, expressa sua sensibilidade para o encontro com a situação histórica, arqueológica e atual desta cidade. 
Com uma pintura: "Argel: três cidades em uma", uma instalação de calcário: "Cidade invisível" e um vídeo, ela propõe refletir sobre a ligação entre os diferentes momentos no tempo e revela a importância da "recuperação da memória" no presente.
No vídeo "Em que dimensão você anda?" A artista também aborda a questão do homem e sua relação com o tempo e lugar em diferentes cidades: Argel, Lisboa e Rio de Janeiro.
Claudia Matos revela um olhar fugaz de nosso tempo sobre o passado escondido na vida cotidiana e no resultado de outros tempos.

Pintura (em acrílica sobre tela): "Alger: Trois villes en une e Instalação (com pedras calcárias e pinturas feitas pela artista, simulando fragmentos de azulejos argelinos e mosaicos):
" Ville invisible ". 
"Alger: Trois villes en une”. 1,50 m X 1,20 m, acrílica sobre telaCláudia Matos, 2015.

A instalação, com detalhes abaixo, " Ville invisible ", de 5,50 m  de comprimento, por 1,50 m, propõe criar um ambiente de reencontro com fragmentos do passado. Algumas pedras foram pintadas em tinta acrílica, simulando fragmentos de antigos mosaicos, assim como fragmentos de azulejos argelinos.

Detalhe da instalação " Ville invisible ", Cláudia Matos 2015-2016.

Detalhe da instalação " Ville invisible ", Cláudia Matos 2015-2016.

QR Code do blog da artista, a pintura já referida acima e parte da instalação, no ambiente da exposição - FIAC - MAMA 2015-2016.


Uma imagem do vídeo da artista: "Vers quelle dimension vous marchez?" ("Em que dimensão você anda?") É  uma questão para reflexão pessoal, no tempo e no espaço, através da sequência de imagens com a calçada de Casbah, com as calçadas portuguesas em Lisboa e com calçadas do Rio de Janeiro. Foi escolhida uma música tradicional argelina, nesta projeção.
O final do vídeo termina com uma única imagem de um QR Code feito em pedras instaladas sobre o chão. A referida imagem utilizada é proveniente das calçadas da praia do Arpoador no Rio de Janeiro, onde a antiga técnica da colocação das pedras portuguesas pelos calceteiros, se une à tecnologia de nosso século, ao reproduzir vários QR Codes, com diversas  informações dos locais para os turistas, com as pedras de calcário e basalto, em preto/branco. 
Diante disto, decidimos, junto ao Curador da exposição, reproduzir também um QR Code para este blog. Assim, o espectador durante à sua visita à exposição poderia acessar este blog, verificando todo o processo em que as obras foram realizadas pela artista, instantaneamente. O QR Code deste blog aparece na fotografia anterior, como se pode observar, em uma parede próxima ao local de exibição do vídeo. 


Logo abaixo,  pode se acompanhar o processo de criação das obras na residência artística do MAMA de Argel.


Process
Développement de projets

Processo

 Desenvolvimento do Projeto 
art & territory project


1- Realizei uma pesquisa sobre as escavações feitas em Argélia por ocasião da construção do metrô e em 2008, foram encontrados mosaicos, dentre outros achados arqueológicos muito importantes na região da Praça dos Mártires.








Fonte das imagens acima: 




2- A partir desta pesquisa, tomei conhecimento a respeito das populações que ocuparam a cidade de Argel, como: berberes, fenícios, cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos, árabes, omíadas, abássidas, almóadas, vários árabes, otomanos, franceses, até o período da Independência em 1962.
Ao conversar com pessoas residentes na cidade, soube que nas partes subterrâneas existem casas, túneis: partes mais antigas de épocas remotas. Estas dimensões do tempo se entrelaçam no cotidiano contemporâneo. 
   
3- A ideia central do projeto  surge a partir da convivência entre 3 cidades: Argel moderna, antiga e subterrânea. Sobretudo ressalto a importância da valorização do patrimônio e da preservação da cidade visível e da cidade invisível, que permanece abaixo de nossos pés.

                                                    Casbah - desenho

4- Fui à Casbah de Argel realizar fotografias, selecionei uma foto para recriar, a partir dela, este encontro das 3 cidades: moderna, antiga e subterrânea.
Fiz alguns croquis e escolhi o meu desenho abaixo para reproduzir em uma tela - canvas (1,50m X 1,20m).

5 - Comecei a pintar com acrílica  e compramos pedras de calcário para a realização de uma instalação. 




6- Logo a seguir, passei meu desenho para a tela (canvas).



                                   Pintura 

7- A partir deste momento, comecei a pintar a tela e a realizar a pintura também em algumas pedras calcárias.





Esta pintura de nome: Alger: Trois villes en une”, Argel: três cidades em uma. A propõe uma reflexão sobre a Argel moderna, a Casbah antiga e a subterrânea, com suas camadas temporais que, diante de uma escavação arqueológica (aqui representada pelo corte estratigráfico), imagino que  poderiam ser  encontradas mosaicos e cerâmicas da ocupação de povos antepassados. Este tema continua na instalação a seguir.


"Alger: Trois villes en une”. 1,50 m X 1,20 m, acrylique sur toile, Cláudia Matos, 2015.

                                        Instalação "Ville invisible"

Inicio aqui a pintura de algumas pedras calcárias, recriando mosaicos e cerâmicas tradicionais, a partir de pesquisas feitas na cidade. 









Nesta fase eu estava pintando algumas pedras e montando sobre o chão, de fundo marrom, numa composição similar à uma rua calçada com pedras, mas também trabalhei com a ideia de um local de trabalho arqueológico.






Pude contar com o apoio e auxílio de uma equipe maravilhosa no museu! Inesquecível!












                          Depois assinei o verso de todas as pedras pintadas. 





Nesta imagem final, o trabalho ainda não está concluído, faltam alguns detalhes, assim como organização do local, iluminação e outros procedimentos.



A travers trois expressions différentes peinture "Alger: Trois villes en une”, pierres calcaires peintes  "Ville invisible", et vidéo, " Vers quelle dimension vous marchez ? "; Claudia Matos nous révèle l’importance de la « récupération de la mémoire » dans le présent. Elle aborde la question de l’homme et sa relation avec le temps et le lieu dans différentes villes. 

Caminhar

Em que dimensão você anda?

Vers quelle dimension vou marchez? photographie/vidéoCláudia Matos, 2015, Casbah -Alger. 



Caminhar é uma forma de reflexão e de conhecimento - uma conexão entre universos.

Há um diálogo constante entre estes dois universos: o interior e o exterior.  O olhar é a ponte, o fio condutor para esta conexão visual. A audição, o olfato, o tato  e o paladar acompanham estas descobertas.

No cotidiano há uma imensidão de pessoas, paisagens, lugares, sons, aromas e objetos a descobrir.

Atualmente, percorro espaços e territórios em busca daquilo que passa despercebido pelas pessoas, de uma forma geral.

Seja o que for: pintura, desenho, fotografia, instalação, vídeo - estou à procura daquilo que não se vê, ou que não se dá importância, para expressar em meus trabalhos.

Terrenos baldios, terrenos vazios, quintais de casas repletos de objetos sem utilidade, memórias, histórias, narrativas:  tudo isso é motivo de criação artística para mim.

Podemos ver - mas nem sempre olhamos. A visão física está muito aquém de um olhar indagador e é este, o olhar este que eu persigo.

Faço algumas intervenções no território, mas existe algo muito instigante na vida que hoje conceituo como a "estética do acaso".

Isto agora é apenas um start inicial. A primeira caminhada é em um pinhal.

                                             Pinturas
                                                     Peintures


Pinhalpeinture acrylique sur toile, 60 X 80 cm, Cláudia Matos, 2015.


Silencepeinture acrylique sur toile, 60 X 80 cm, Cláudia Matos, 2015.


Mon travail dans les arts visuels c´est le résultat de recherches et réflexions sur l'art et territoireIl ya quelques interventions sur le territoire, mais il ya aussi ce que je désigne comme « l'esthétique par hasard ».

Ensaios - interferências
Les tests - Interférences


Le champ est à la maison,  photographie, Cláudia Matos, 2015 –  Sesimbra, Portugal.



MaisonphotographieCláudia Matos, 2015  Sesimbra, Portugal.


Se réveiller à la maison, photographie, Cláudia Matos, 2015 –  FornosSesimbra, Portugal.


Bibliothèque, photographie, Cláudia Matos, 2015 –  Aiana de Cima, Sesimbra, Portugal.


Le livre de chevet,
photographie, Cláudia Matos, 2015, Aiana de Cima, Sesimbra, Portugal.




estética do acaso
L'esthétique par hasard


L'arbre est à la maison, photographie, Cláudia Matos, 2015 –  Aiana de CimaSesimbra, Portugal.



Salle de séjour, photographie, Cláudia Matos, 2015 –  Aiana de Cima, Sesimbra, Portugal.


La chambre bleuephotographie, Cláudia Matos, 2015 –  Aiana de Cima,Sesimbra, Portugal.



La rivière est à la maisonphotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.



La maison est dans la ruephotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.


Territoire déplaçantphotographie, Cláudia Matos, 2015 – A2 route vers Lisbonn


 Camafeophotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.



Pour regarder le cielphotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.

 Souvenirsphotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores



  Downloadsphotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.


Chemin de la mémoirephotographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.

Montagnes  humains , photographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.



Montagnes  rouges  II, photographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores. 


 Montagnes  rouges  I, photographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores. 

Lsérénité de la lave,  photographie, Cláudia Matos, 2015 – Açores.

  

"A arte é infinitude na finitude"

"A arte é infinitude na finitude"
Poesia de inverno - 60 x 80 cm - acrílica sobre tela